Sonhos.



Então me olhe nos olhos e me diga quais palavras eu poderia escrever que iriam te conquistar? Quais argumentos poderia usar que iriam fazer com que você me olhasse com outros olhos?
Estou a meses tentando dizer aquilo que meu coração não para de gritar e percebo que o mundo todo ouviu, menos você.
Por favor não sorria para mim, não sorria porque quando eu fechar meus olhos essa noite eu sei que me lembrarei dele.
Estou cansada de abrir os olhos pela manhã e ver que o dia continua normal e que seu amor por mim não passa de uma ilusão noturna.
Nos meus sonhos nós estamos sorrindo sozinhos porque mais ninguém consegue entender essas coisas tão nossas, nos meus sonhos você me beija enquanto eu concluo uma teoria furada que você jura ser interessante.
Mas de todos os sonhos existe um que se destaca, um que me faz passar o dia sorrindo, e ele é assim:

Já é madrugada e acabo de acordar com o um som abafado de um violão, ainda sonolenta ajeito uma camiseta preta de banda que estou vestindo e que parece ser sua no corpo e na ponta dos pés vou atrás daquele som.
Quando chego na sala vejo a sombra do seu cabelo e a luz amarela do abajur ligado, você está sentado com as pernas cruzadas no sofá tocando uma sequencia de acordes e cantarolando baixinho. Você erra um acorde e aquele som me incomoda, mas logo vejo você voltando e arrumando as notas, fico um tempo ali parada apenas te ouvindo, vendo o contorno do seu corpo contra a luz. 
Você não cortava o cabelo há muito tempo e eu até reclamava as vezes, mas no fundo eu amava seu cabelo armado e sua barba falha da mas grande porque seus olhos azuis ficavam ainda mais claros pelo contraste. Quando eu ouvia sua voz suave e sua respiração entre as palavras dentro de mim eu apenas tinha certeza de que eu te amava, ah... como eu te amava e além disso eu tinha certeza que era com você que eu queria ficar. 
Sem querer bati o pé na mesinha que estava ao meu lado e num grito abafado de dor você virou para me olhar assustado e depois sorrindo me disse:
-Você está ai dorminhoca?
Eu fiz uma cara de dor e assenti com a cabeça segurando o pé em uma tentativa frustrada de diminuir a dor. Você me chamou para sentar ao seu lado no sofá e eu fui. Sua barba encostou no meu pescoço e eu fiquei arrepiada, como na primeira vez e pensei se aquela sensação mudaria um dia, mas esperava sinceramente que não. Você me abraçou e eu peguei a folha com os acordes que você estava tocando:
-Pink Floyd essa hora? - eu disse encarando a folha e sorrindo.
-Sempre é hora para uma boa música. - você respondeu com seu sorriso de lado.
-Essa me lembra você. - lembrei de quando eu fiquei dias tentando tocar aquela música no piano para que você pudesse ouvir e se interessar por mim e de como sonhava em ouvir ela com você ou poder assumir o quanto pensava em você quando aquela música tocava.
-Olha só! Uma música que me lembra! - você disse ironicamente, daquele jeito que eu amava.
-Pra você ver! E é uma boa música. Só não fique se achando, seu chato!
Você me cutucou na costela e eu dei um pulo sorrindo e você me beijou. Quando você se afastou fiquei encarando sua boca de perto e pude ler aquelas palavras saindo tão suaves e silenciosas, aquelas palavras que entraram no meu coração e que me fizeram sentir meu mundo explodir
.-Eu te amo véi.
Será que existe alguma história de amor que um 'eu te amo' vem acompanhado de um 'véi'? Acho que não. Na verdade espero que não, porque isso é tão nosso, é tão meu que ninguém entenderia, ninguém sentiria e ninguém ia saber o verdadeiro significado de tudo aquilo... apenas nós, apenas quem realmente precisava entender, então eu uni minhas forças e mesmo tremendo respondi:
-Eu também te amo cara!

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