E disse o homem: 'O poeta só escreve o que sente.'
Achei uma frase bonita até conseguir entender o quão dolorosa ela poderia ser.
Vejo as lagrimas que tocam o papel e borram as letras recém escritas e lembro daquilo que tenho tentado esquecer.
Tentei correr e fugir dos pensamentos que me perseguem tentei mergulhar e afoga-los, tentei cantar e espantar os males e percebi que a maioria dos ditados são falsos e que infelizmente aquele homem estava certo.
Escuto a batida do relógio e por mais que eu tente não consigo contar quantas horas perdi olhando pela janela e vendo o sol se por.
O vento toca as arvores, as folhas caem e uma brisa entra pela minha janela.
Como sinto falta daquele moletom azul, como sinto falta daquela voz tão doce...
E agora o que me resta são os cacos das lembranças espalhados pelo chão.
O mundo continua normal, as pessoas continuam vivendo e eu não consigo entender como elas conseguem viver sabendo que você não está mais aqui.
Quando eu perdi o brilho dos seus olhos minha vida ficou cinza e sei que a de alguém se iluminou.
Tento encontrar forças para levantar e continuar a sobreviver.
Agora eu estou sozinha e sou apenas mais uma pessoa tentando viver nesse mundo cinza e vazio.
Queria poder dizer adeus, queria recolher os cacos e correr até você,
Mas agora é tarde, agora é muito tarde.