A praça.



Tudo estava meio molhado por causa da chuva,

Eu estava sentada em um banco,

As pessoas estavam passando com suas blusas e seus guarda-chuvas,

A praça ficava no centro da cidade,

As luzes amarelas dos postes estavam ligadas,

E outras pequenas luzes estavam espalhadas entre as árvores e a grama.

Tudo ali era tão único e triste.

Se eu estivesse vendo um filme aquela cena teria uma trilha sonora calma, daquelas que prendem teu coração e te fazem chorar.

Eu senti como se as gotas da chuva estivesse escorrendo pela minha pele, mas na verdade eram lágrimas.

Eu estava ali, sentada, com meu guarda-chuva preto, meu sobre tudo marrom e minhas botas sujas,

Eu não entendia direito o porque de tudo aquilo.

Eu não lembrava ao certo o porque das minhas lágrimas,

Foi quando um garotinho veio se equilibrando nas perninhas até mim,

Ele sorriu e uma covinha se formou no seu rosto,

Ele era loirinho e ele estava todo feliz brincando com o meu cachecol,

Ele era tão inocente e frágil.

Seus pais correram até mim,

Ele então sorriu de novo como se me agradecesse por ter o deixado brincar.

Sua mãe sorriu para mim e disse:

'-Sabe como é ele aprendeu há pouco tempo andar e agora não tem quem o segure'

Eu sorri para ela e fiquei observando aquela cena.

Ela segurou o bebe no colo e o marido sorrindo para o bebê a abraçou e eles saíram.

Parecia que aquela família estava completa.

Era como se um completasse o outro.

Senti uma pontada na minha cabeça e comecei a me lembrar,

Eu estava ali porque estava fugindo.

Estava tentando escapar de ter que dizer o que eu pensava.

Eu odiava ter que tomar decisões daquele tipo.

Então, fechei meus olhos e tentei esquecer tudo mais uma vez.

Alguém correndo pelas poças foi chegando até mim.

Ele sentou ao meu lado, eu reconheceria em qualquer lugar aquele cheiro.

'Estava preocupado com você, porque saiu correndo daquele jeito? Eu tive que pegar minha moto e sair como um louco atrás do seu taxi. Porque desligou o celular? Está tudo bem?'

Eu continuava com os olhos fechados, eu não queria ouvir nada daquilo. Eu queria sumir e minha tentativa de ficar invisível foi frustrada.

'Ei, me responda!'

Eu não sei da onde saiu minha voz, eu estava em outro mundo, eu só conseguir pronunciar 'acabou'.

Então abri meus olhos e pude ver que agora era ele que estava em outro mundo.

'-Como assim acabou? E tudo?'

Eu mais do que ninguém sabia como aquilo era difícil, eu não queria desistir de tudo, mas sabia que devia. Nós éramos tão iguais e tão diferentes e isso era muito complicado.

Eu precisava dele como precisava de ar. Mas depois de tantas brigas, depois de tantos beijos, depois de tudo estava na hora de alguém colocar um fim naquilo. Meu amor por ele nunca acabaria e as lembranças estariam ali, mas eu precisava colocar um rumo na minha vida e como esse rumo não era o que ele queria eu precisava conseguir deixá-lo para trás.

'É só isso que você tem para me dizer?'

'Desculpe, eu não consigo dizer, mas nada agora'

'Então... '

'Adeus'

Então ele saiu, seu passo estava pesado e lento.

As lagrimas voltaram. Ali terminou o meu conto de fadas e começou minha realidade.

Eu fiquei sozinha naquela praça pedindo aos céus para sonhar com ele e para um dia ter a chance de ser feliz com quem eu realmente quero.

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