Em um taxi amarelo pela noite escura,
Cada gota de chuva que cai no teto faz um barulho tão grande que nem sei como pude sair de casa,
Estou com frio,
A cidade nunca foi tão grande, me preocupo com o dinheiro do taxi mais tenho o suficiente.
Chego em casa, abro a porta, penduro meu casaco e corro para colocar uma roupa quente.
São 22:00h, eu preparo um jantar simples,
Sento na sala de estar, ligo uma musica e janto sozinha.
A chuva bate nas janelas e eu me distraio esquecendo a comida.
O telefone toca e eu acordo dos sonhos.
- Alo - digo sem animo esperando que fosse engano.
-Oi.
Sinto-me confortável com aquela voz, que eu conhecia tão bem.
-Acabei de chegar ao aeroporto posso ir ai?
Não sei por que ele ainda pede pra vir em casa.
-Claro, não precisa nem pedir.
Corro contra o tempo para arrumar tudo antes dele chegar, na verdade não havia o que arrumar, mas eu precisava me manter ocupada.
Eu não gostava de quando ele viajava, eu detestava me despedir dele.
Sabia que precisava me acostumar afinal esse era o emprego dele, mas eu me apavorava de pensar que aquele avião podia cair, ou... aah, pensamentos ruins.
Agora que ele estava ali e ia para minha casa tudo ficaria bem.
E eu ia poder aproveitar aquele abraço, aquela conversa e ia poder matar a saudade que me assombrava.
Parecia uma criança feliz e empolgada quando está prestes a ganhar um presente esperado.
Uma hora passou e ele não chegou,
Estava ficando preocupada, do aeroporto até minha casa eram 30 min.
Eu liguei no celular dele mais ninguém atendeu.
Até que depois de 2:30h eu recebi uma ligação.
Eu corri contra o tempo,
Meu corpo agia de maneira automática,
Eu estava indo no local que me pediram,
Era tudo muito claro lá,
Eu só lembro-me de correr por corredores,
De sentir cheiro de sangue e de ver ele ferido em cima de uma maca.
Ele segurou minhas mãos e sem voz mexeu os lábios dizendo 'eu te amo'
E ali foi o começo,
O começo do fim.
E a ultima folha caiu.
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